Introdução

O Impacto Femoro Acetabular (IFA), foi descrito pelo pesquisador e professor Reinold Ganz, que notou que após algumas de suas cirurgias de problemas congênitos do quadril seus pacientes tinham dor e as radiografias mostravam sinais de impacto entre o fêmur e a bacia. Depois percebeu que estes  impactos também ocorriam em pessoas sem problemas congênitos e relacionou esta situação às lesões do lábio acetabular e a artrose precoce da articulação.

Existem duas formas distintas de Impacto Femoro Acetabular, além de um terceiro tipo, onde as duas formas estão associadas e chamamos de Tipo MISTO. Pode existir algum transtorno do colo do fêmur ou da cabeça levando a formação de uma ossificação nesta região, que se choca contra a borda do acetábulo onde está o lábio acetabular.

Esta forma de IFA é conhecida com o nome de CAM. (Figura 2 e 5) A outra forma, chamada de PINCER ou Pinçamento, ocorre quando a borda do acetábulo tem uma ossificação exagerada, que se choca contra o colo do fêmur. (Figura 3 e 6). Existem sinais radiográficos típicos desta situação, mas difíceis de serem observados por quem não está habituado.

Quadro clínico e diagnóstico

O quadro clínico do IFA confunde-se com o da lesão do lábio acetabular , pois quando o paciente manifesta alguma dor, é frequente que já haja uma lesão labral ou condral associada. O impacto tipo CAM é mais frequente em adultos jovens do sexo masculino, com perfil esportista. Nestes casos, o impacto leva primeiro a uma lesão da cartilagem e depois do lábio acetabular, e costumam ser bastante danosos para a articulação.

O impacto tipo PINCER, é mais comum (não é exclusivo) nas mulheres de meia idade, e gera primeiro uma lesão no lábio acetabular e depois na cartilagem, e geralmente são de evolução mais benigna para a articulação, ou seja, a lesão da cartilagem não é tão grave quanto aquela do tipo CAM. Ambas as situações podem ao longo dos anos deteriorar a cartilagem articular, levando a uma artrose (desgaste) do quadril.

O diagnóstico é realizado pela história e o exame clínico. Existem testes clínicos que o médico pode realizar para saber se existe impacto. Radiografias simples em diversas posições para se ver o contorno da articulação são imprescindíveis para o diagnóstico. A Tomografia Computadorizada ajuda a entender a geometria da pelve comprometida e a realizar o planejamento cirúrgico. A Ressonância Magnética com ou sem contraste é parte fundamental do arsenal de diagnóstico pois também visualiza o lábio acetabular e a cartilagem do quadril.

Tratamento

O próprio Professor Ganz descreveu o tratamento do impacto por via aberta, ou seja, cirurgia clássica. Assim como, para o lábio acetabular, o tratamento por via aberta oferece uma excelente visualização da articulação, mas tem a desvantagem da exposição do tecido em uma ferida operatória grande. A outra opção é a abordagem por vídeo artroscopia.

Saiba mais sobre este método no link.